29 de setembro de 2010

Brasil divido


No Brasil vivemos em um estado de racismo estrutural. Já é comprovado que raça é um conceito biologicamente inadmissível, só existe raça humana e pronto. Mas socialmente, nos vemos e construímos nossa realidade diária em cima de concepções raciais. Portanto, raça é uma realidade sociológica. Não é uma questão de que eu ou você sejamos pessoalmente preconceituosos. Mas é só olhar para qualquer pesquisa que veremos como existe um processo de atração e exclusão de pessoas para estes ou aqueles espaços sociais, dependendo de sua cor. Não é à toa que não temos quase médicos negros, embora eles sejam a maioria nas filas dos postos de saúde; que quase não vemos jornalistas negros, mas estes são expostos diariamente em páginas policiais; que não temos quase professores negros, especialmente em posições com melhores salários, e vemos alunos negros apenas em escolas públicas enquanto, na universidade pública quase só encontramos brancos.
A situação dos indígenas não é diferente, quando eles ainda sofrem lutando pelo direito mínimo de ter suas terras e aldeias, mesmo isso lhes é surrupiado pelos brancos. Vamos parar com esta falácia de dizer que não aceitamos cotas raciais na universidade, porque não queremos ser racistas: se vivemos no Brasil, se fomos criados nesta cultura, se construímos nossas vidas dentro deste conjunto de relações onde a raça é um elemento determinante, somos todos racistas! Não fujamos da realidade. Não usemos a falsa desculpa de que não queremos criar divisões entre raças no Brasil. Nossa sociedade poderia ser mais dividida racialmente do que já é hoje?
O estudo de Marcelo Paixão intitulado “Racismo, pobreza e violência”, compara o IDH dos brancos e dos negros dentro do Brasil. O IDH tenta medir a qualidade de vida das populações, combinando os três fatores que, por abranger, cada qual, uma imensa variedade de outros, seriam os essenciais para a medição: renda por habitante, escolaridade e expectativa de vida. Na última versão do IDH, de 2002, o Brasil ocupa o 73º lugar entre 173 países avaliados, mesmo possuindo todas as riquezas nacionais e sendo o 11º país mais desenvolvido economicamente no mundo. Porém, entre 1992 e 2001, enquanto em geral o número de pobres ficou 5 milhões menor, o dos pretos e pardos ficou 500 mil maior. [Consideram-se brancos 53,7% dos brasileiros; pretos ou pardos, 44,7%, que chamaremos, hora em diante de negros]. O estudo mostra que Brasil dos brancos seria, na média o 44º do mundo em matéria de desenvolvimento humano, ao passo que o Brasil dos negros estaria no 104º lugar!!!
Tirado do site(gograpnacional.com.br)

Quem disse que Um de Nós não muda o mundo? Vídeo com narração de Nuno Mendes

27 de setembro de 2010

DMN 02/10 No Projeto Origens


...Rua Augusta 2203 no Hole club, Proximo ao Metro Consolaçao...

S.O.S Favela Real Parque, na Cooperifa vamos ajudar.

Um incêndio de grandes proporções destruiu boa parte da favela do Real Parque, que fica na Região do bairro do Morumbi, em São Paulo. Mais de 300 famílias perderam o -pouco- tudo que tinham e estão desabrigadas precisando de qualquer tipo de ajuda (roupas, alimentos, cobertores, colchões, leite, etc.).

A Cooperifa vai virar um posto de arrecadação, e vai recolher doações durante a semana no bar do Zé batidao, se alguém puder ajudar…

“Ninguém é obrigado a ajudar o próximo. Nem a ficar de braços cruzados.” (Sérgio Vaz).

Cooperifa

Rua Bartolomeu dos Santos, 797 Jd. Guarujá

Zona Sul de SP

...Se perguntem porque essas cosas so acontencem em favelas e por que tem favelas
Ogeverno vai fazer pouca coisa sobre o incendio, como sempre faz nada...
Temos que parar de deixar o governo nos dizer o que eles querem para a populaçao, mas nos temos dizer para o governo o que queremos pois somos nos que pagamos as contas desses porcos...

24 de setembro de 2010

Ao Cubo

Ao Cubo estara a Vila Ema no dia 12 de Outubro no Terminal de Onibus da Vila Ema

A Familía lança o clipe “Sopra Lobo Mal” em grande show nesse sábado


O grupo “A Família” promove neste sábado (25) uma grande festa no interior paulista o  lançamento oficial do vídeo clipe “Sopra Lobo Mal”.
O  show será  na cidade de Campinas, um dos pólos do Rap Nacional , e vai reunir  grandes nomes do rap que formam a Gang : Edi Rock DJ Kl Jay , Ndee Naldinho, Sistema Negro, Sombra (Ex SNJ), Lakers (Código Fatal) e Nego Jam (Duck Jam e Nação Hip Hop) ,  em um mega show .
“Sopra Lobo Mal” é o segundo clipe lançado este ano pelo grupo “A Família”, e o terceiro na carreira do grupo. Lançada no álbum ‘Mais Romântico’, 2008, a música traz a participação de Edi Rock e os vocais de Demis Preto Realista e Crônica Mendes. A música que foi muito bem aceita pelo público do rap nacional , segue firme e forte  embalando a cada show. Agora o vídeo clipe chega para consolidar ainda mais esse grande sucesso.

Em novembro tem festa de lançamento do novo disco do Consciência Humana


A Porte Ilegal em parceria com Universo Rap estão preparando um grande evento para marcar o lançamento do novo disco do grupo Consciência Humana. A festa será no dia 06 de novembro,  a partir das 21h, na Green Express, que fica pertinho da Galeria 24 de Maio, no Centro de São Paulo/SP.
Além da grande atração da noite, Consciência Humana, outros nomes de destaque do rap nacional foram convidados para participar do evento, entre eles: Realidade Cruel, DBS e a Quadrilha e A286. A apresentação da festa ficará por conta do escritor Alessandro Buzo e as pick-ups serão comandadas por Dj Loo.
Os ingressos antecipados estão sendo vendidos a R$ 10 e podem ser adquiridos em diversos pontos de venda. A Loja 1 da Sul, do Capão Redondo, e a Livraria Suburbano Convicto, no Bexiga, são alguns deles. Outras informações podem ser obtidas através do telefone (11) 3223-0837.

23 de setembro de 2010


Um dos maiores nomes do hip hop brasileiro atual, Emicida contribuiu para que tantos olhos se voltassem para esta cultura e revissem seus conceitos (ou pré-conceitos) e suas atitudes. Elogiado por grandes artistas como: Jair Rodrigues, Lenine, Caetano Veloso, Aline Calixto, Fabiana Cozza, Serginho Groisman, Sandra de Sá, Nasi, Nereu Gargalo, Oswaldinho da Cuíca e muitos outros, o jovem mestre de cerimônias da zona norte de São Paulo viu seu trabalho circular pelo país inteiro após produzir (artesanalmente) e distribuir a sua própria mixtape (cd), que vendeu mais de 10 mil cópias desde seu lançamento no ano passado.
Mas, como diria Mario Quintana, “Um poeta satisfeito não se satisfaz”Emicida retorna às ruas, as mesmas que o trouxeram até aqui, intenso como é de costume e com grande expectativa de seu novo trabalho, a Mixtape Emicídio.
Em um show que reúne a “fina flor” do rap brasileiro como MarechalRael da RimaKamau,Criolo DoidoRincón SapiênciaFlora MatosA.X.L.Nel Sentimentum e os DJs KL Jay(Racionais MC´s), Zegon (N.A.S.A) e Marco (Céu e Sintonia).
O matador de MCs (como ficou conhecido por sua participação nos principais torneios de freestyle do país) retorna aos palcos neste show que promete no mínimo fazer história com as letras consistentes, bases impactantes e as diversas atmosferas que conduzem o ouvinte a experimentar diferentes estados de espírito.
Mais preparado do que em sua mixtape de estreia, mais respeitado do que antes com toda mídia a seu favor e com o time dos sonhos de qualquer MC, Emicida convida a todos para entender “o que é Emicídio. No dia 16/10 em uma noite que promete ser histórica no Estúdio EMME!

22 de setembro de 2010

O Hip Hop, no Brasil, inicia-se na década de 1980 e a cidade de São Paulo apresentase como o principal centro desse movimento no país. O primeiro elemento a tornar-se conhecido, enquanto parte do Hip Hop, foi o break, por intermédio, em grande parte, dois filmes: Beat Street e FlashDance. O primeiro, produzido por Sidney Portier em 1984, mostrava a cultura Hip Hop como um estilo de vida, e possuía participação de dançarinos famosos como os da New York Breakers.
O segundo, produto típico da mídia hollywoodiana, em uma de suas cenas, mostra uma batalha de break. Os primeiros dançarinos de break reuniam-se na Estação São Bento de metrô em São Paulo e ali entre palmas ritmadas, batidas em latas e beat box criavam-se os primeiros MCs de RAP que logo criariam um território próprio, a praça Roosevelt, berço da primeira posse brasileira, o Sindicato Negro. As primeiras letras de RAP eram bem mais ingênuas dos que as atuais, predominava o chamado “RAP estorinha”, sem muita consciência crítica. Com a crescente organização dos dançarinos de break e rappers, surgem oportunidades de gravar músicas em coletâneas históricas do RAP nacional como:
“Ousadia do RAP”, pela Kaskatas, “O Som das Ruas”, primeiro LP lançado pela Chic Show, “Situation RAP”, pela FAT Records, “Consciência Black” (que lançou os Racionais), da Zimbabwe, em 1988, seguidos pelo famoso “Cultura de Rua”, da Eldorado. Muitas dessas gravadoras surgiram das equipes de som que organizavam os bailes black desde a década de 70. (Pimentel, p. 16)
Uma das primeiras letras de RAP que abordavam um tema crítico-social foi Homens da Lei de Thaide e DJ Hum, que falava sobre a violência policial em São Paulo, em Osasco e ABC paulista. Já no final da década de 1980, os rappers começaram a produzir letras conscientes, versando sobre o racismo, a pobreza, as injustiças sociais. Coincidia com este processo a enorme procura dos rappers por leituras que ajudassem no entendimento dos problemas que vivenciavam. O antropólogo Silva em seu artigo “Arte e Educação: A Experiência do Movimento Hip Hop Paulistano”, no livro “Rap e Educação, Rap é Educação”, organizado por Elaine Andrade (apud PIMENTEL, p. 18) destaca:
Nesse momento os rappers enfatizaram que o ‘autoconhecimento’ é estratégico no sentido de compreender a trajetória da população negra na América e no Brasil. Livros como ‘Negras Raízes’ (Alex Haley), ‘Escrevo o que eu Quero’ (Steve Byko), biografias de Martin Luther King e Malcolm X, a especificidade do racismo brasileiro, especialmente discutida por Joel Rufino e Clóvis Moura, bem como lutas políticas da população negra, passaram a integrar a bibliografia dos rappers.”